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MERCEARIA MAGINA

MERCEARIA MAGINA

07
Abr17

O mundo encantado dos senhores das obras

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Corria o ano 2014 quando numa bela manhã fui presenteada pelos elogios dos senhores das obras que por ali andavam. Por ali salvo seja pois este episódio deu-se à porta do prédio onde eu vivia. "Ó flor, dá para pôr?", ouvi eu. Ainda não seriam 8h30 da manhã pelo que o meu cérebro demorou uns minutos a entender a mensagem. Pois que o mundo é uma ervilha e as obras na minha rua estavam minadas de portugueses. O que mais podemos pedir nesta vida? A coisa repetiu-se uma e outra vez até que numa outra manhã (não me lembro mas aposto que era segunda-feira), ouvi outro elogio igualmente elegante e o meu mau feitio matinal veio à tona. "Foda-se, já chega caralho! Sou portuguesa, percebo tudo o que vocês dizem e não estou para vos aturar. Não têm vergonha?! As vossas mães, mulheres, irmãs e filhas iam adorar ouvir estas merdas!". Meus amigos, foi remédio santo. A cara deles ficou-me guardada para a história.

 

Esta semana, aqui em Madrid, começaram umas obras na minha rua. Mais propriamente no prédio que tenho à frente. Como tenho passado algum tempo em casa, tenho tido oportunidade de estudar o comportamento desta espécie rara que são os senhores das obras. Não sei se isto será um caso isolado mas que há diferenças, lá isso há. Bitaites às raparigas que passam na rua? Alguns. O ideal era não ouvir nenhum mas dentro do possível a coisa nem corre mal. "Guapa!; Pivón!; Yo sin ti y tú sin mi, dime quién puede ser feliz; Bombón!". Confesso que às vezes até me rio com o que ouço e, honestamente, o pior destas obras tem sido ouvir reggaeton horas a fio. Não vos minto se vos digo que dei por mim a cantar a "Travesuras" no banho. Ou a "Despacito" enquanto cozinhava. Lá está, se não podes vencê-los...

 

A questão que levanto é: porquê que os "portugueses das obras" são tão trolhas nos seus comentários? Serão carências? Acreditarão que é assim que se ganha um sorriso ou uma noite de forrobodó? O que é que eles esperam com estes comentários? A verdade é que quando confrontados com respostas igualmente brilhantes, costumam meter o rabinho entre as pernas. Sem querer perder muito tempo com o assunto, até gostava de perceber a lógica da coisa. Se é que isso é possível.

 

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