Alma Lusitana #2
Praia do Guincho, 24 de Dezembro de 2016
Para mim o Guincho é amor. É-me difícil explicar porque gosto tanto do Guincho e contrapor argumentos como "está sempre vento" embora isso não seja de todo verdade. O Guincho é um dos sítios que mais saudade me provoca, são raras as vezes que vou a Lisboa e não dou um saltinho ao Guincho. Adoro tudo. A estrada ao lado do mar, as dunas, a areia que tantas vezes provoca o caos, a brisa fria no inverno e fresca no verão, os surfistas, as pessoas a passearem os cães, o mar, as ondas, a serra lá ao fundo, os pescadores nas rochas, repito, adoro tudo.
Quando vivia em Lisboa costumava tentar convencer os meus amigos a irmos ao Guincho mas ouvia sempre respostas como "está longe", "de certeza que vamos comer areia", "porque que não vamos antes à Costa?". E era para a Costa da Caparica que eu acabava por ir...nada contra, eu gosto bastante da Costa mas lá está, não é o mesmo. É verdade que costuma estar vento no Guincho e que já por várias vezes tive que desistir de lutar contra esse teimoso e ir recambiada para casa mas, também é verdade que já tive dias de praia espetaculares no Guincho. Quem costuma ir sabe do que estou a falar. Já flutuei no Guincho com o mar tão calminho como o Mediterrâneo, já tive dias inteiros em recantos desertos onde só via o mar e a serra, já dormi belas sestas e já vivi dezenas de histórias no Guincho. O Guincho é também ver o pôr-do-sol no forte da praia do Abano, é ir passear o meu cão à Cresmina, é conduzir pela estrada de vidros abertos em noites de verão, é ficar com o carro atascado na areia ou passar com ele por poças de lama, é estar com o telemóvel sem rede.
Desde o tempo da faculdade até aos dias de hoje, no inverno ou no verão, sozinha ou acompanhada, o Guincho é amor.