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MERCEARIA MAGINA

MERCEARIA MAGINA

31
Mai17

Quer-me cá parecer que é desta

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São raras as vezes que tenho insónias mas ontem foi dia. Ou melhor, noite. Dormi umas miseráveis quatro horas e mal tirei o pé de casa, prometi a mim mesma que voltaria assim que pudesse. Passei o dia cheeeeeia de sono e quando finalmente cheguei a casa pensei "então e não vais ao ginásio?".

 

O que é isto? Vida dentro de mim? Nunca a minha cabeça me tinha atraiçoado desta maneira e, muito menos, o meu corpo tinha correspondido. Fui ao ginásio, confesso que orgulhosa do meu feito. Fiz tudo como deve de ser. Voltei para casa e uma vez mais, um reflexo inesperado. Peguei no telemóvel e perguntei à Nazi dos halteres que outro exercício podia incluir no treino, pois este já começo a dominar.

 

Isto é tudo muito estranho. Mesmo. Parece que estou empenhada e tudo. Next level goal: repetir a brilhante acção num dia de chuva.

30
Mai17

Querido relógio biológico

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Amiga - A semana passada fui ao ginecologista e veio-me com a conversa que se quero vir a ter filhos, devia começar a pensar nisso...

Eu - Anh?

Amiga - Sim. Disse-me que já tenho 35 anos e falou-me sobre a hipótese de congelar óvulos. Eu disse-lhe que acho que quero ter filhos mas tipo...eu nem tenho namorado, como é que eu vou pensar nisso agora?

Eu - Muda de médico.

 

A minha resposta foi meio a sério, meio a brincar. Meio a brincar porque entendo a mensagem do médico e porque - quase - nunca é demais estarmos informados. Antes isso do que um dia percebermos que é tarde demais, correcto? Meio a sério porque, ao mesmo tempo, parece-me um conselho algo exagerado. Há muitas mulheres que engravidam pela primeira vez aos 35, 37, 40 anos. Com cuidados mas sem complicações. Assim como há muitas mulheres que sofrem abortos espontâneos aos 25, 27, 30 anos. Bem como há muitas mulheres - e muito tabu em redor do assunto - que são inférteis (ou que têm um companheiro infértil) e que nunca conseguem engravidar, independentemente da idade que tenham. Ok, acredito que pela experiência e opinião de muitos, este médico não seja exagerado mas não deixa de me parecer uma situação injusta para a Mulher. Não acho justo que uma mulher de apenas 35 anos seja alvo deste tipo de pressão, não só da sociedade, como também do seu próprio relógio biológico. Prazo de validade como alguns gostam de lhe chamar. Não há culpados. Suponho que apenas nos reste agradecer à mãe natureza.

 

26
Mai17

In Lisbon, like a virgin

Capturar.PNG

 

Há mais de uma semana que quase todos os dias leio uma notícia sobre a Madonna em Lisboa. Ou é porque a Madonna esteve no Liceu Charles Lepierre a pedir informações (fica sempre bem saber falar francês), ou porque a Madonna foi vista a passear nas Amoreiras (está ao lado do liceu, deve ter ido despachar o almoço na Go Natural), ou porque o filho da Madonna foi visto a jogar na escola do Benfica (ela sabe o que é bom), ou porque as gémeas da Madonna foram vistas a passear com o equipamento do Benfica (e há lá roupa mais bonita para as piquenas usarem?), ou porque a Madonna esteve a jantar com o Nuno Gomes (eu cá não deixava o meu homem jantar com a Madonna, é assim que elas acontecem), ou por alguma outra notícia que me está a escapar.

 

Eu acho pouco provável que a Madonna vá viver para Lisboa ainda que, se há pessoa que pode fazer o que lhe dá na telha, essa pessoa deve ser a Madonna. E depois vamos lá ver, se a Madonna não quer viver em Lisboa é ela que perde! Dada a aproximação da abertura da época balnear, das festas populares e dos festivais de verão, eu digo que se a Madonna é realmente uma miúda espevitada, ela não arranca pé de Lisboa tão cedo. Talvez ela fique mesmo e neste verão possamo-la ver na praia da Fonte da Telha com os putos. Ou a comer caracóis numa marisqueira em Alcântara. Talvez a apanhar sol num qualquer Outjazz. Quem sabe na fila para os Toi Toi no Nos Alive. Ou ainda a desfilar nas marchas populares, de sardinha na cabeça, como madrinha de Marvila. E se decide aventurar-se por esse Portugal fora, ainda somos capazes de vê-la a partilhar palco com a Ana Malhoa nas festas de verão de Monto Gordo. 

 

Eu não sei se a Madonna está a pensar mudar-se para Lisboa mas sei que razões não lhe faltam. Madonna, se me estás a ler: não sejas totó rapariga, tu fica em Lisboa. Aproveita e vai por mim comer um preguinho à cervejaria Boa Esperança em Benfica. Acredita que não te vais arrepender.

25
Mai17

"Não gosto de trabalhar com portugueses", disse ela

Na semana passada fui a um jantar onde conheci uma rapariga (espanhola) que, de repente e em modo de desabafo, disse que não gostava de trabalhar com portugueses. Eu que estava indecisa entre sépia e huevos rotos, ouvi aquilo e quase como se de um espasmo se tratasse, reagi! Não sou mãe mas imagino que isto é mais ou menos como com os filhos, ou seja, uma mãe pode falar mal do seu filho mas ai de quem se atreva a fazer o mesmo. "Porquê que não gostas de trabalhar com portugueses?", perguntei-lhe o mais delicadamente possível. A rapariga que não era parva, apercebeu-se que talvez tivesse entrado a pés juntos, então começou por dizer que Portugal era um país incrível, que ela é galega, que somos primos hermanos, enfim, esteve ali a acariciar-me o coração até que me contou as suas razões.

 

Pela experiência dela, os portugueses "chutam para canto" sempre que podem, são preguiçosos, ligam demasiado a hierarquias e são algo arrogantes. Uma vez mais isto irritou-me mas segundo o que ela me contava (e conhecendo apenas a sua versão), ela tinha razão no que dizia e sinceramente, senti uma espécie de vergonha alheia. Claro que também podemos encontrar espanhóis (italianos, franceses, gregos, etc.) assim. Sou consciente que não devemos generalizar e, se não permito que falem mal do meu país "só porque sim", também tenho que ser humilde para reconhecer a veracidade de uma critica. E é aqui que eu me lixo. Durante os últimos quatro anos trabalhei sempre com dois mercados: Portugal e Espanha. Isto significa que por inúmeras vezes coordenei a mesma tarefa para ambos países e, infelizmente pela minha experiência, tenho que concordar com esta rapariga. Enquanto a equipa espanhola despachava o caso, a equipa portuguesa queixava-se, arranjava problemas (lá está, tentando chutar para canto), demorava eternidades. Resumindo, não era uma equipa tão eficiente como a equipa espanhola. Bolas e eu não gosto de assumir isto. Preferia poder dizer o contrário ou, melhor ainda, estar contente com o desempenho de ambas. 

 

Ainda assim, em termos de profissionalismo, eu recuso-me a catalogar os portugueses como arrogantes e preguiçosos. Eu sou portuguesa e não sou assim, tal como a maioria dos portugueses que conheço não o são. Mas é impossível negar que há muitos (mais do que desejável) portugueses que são péssimos profissionais, colegas, chefes. Digo-o por experiência própria e também com base em casos que conheço (onde a mesquinhez e a inveja são palavras de ordem). Tenho curiosidade em saber o que pensam sobre isto. Eu tenho a certeza que somos bons profissionais, somos empreendedores, somos eficazes. Há muito chico esperto por aí mas, mesmo assim, eu acredito que quantitativamente os bons ganham aos maus. E vocês?

 

24
Mai17

A Nazi dos halteres

Perdoem-me a insistência no assunto mas é que isto de ir ao ginásio tem muito que se lhe diga. Pelo menos para uma pessoa pouco ou nada dada à prática de exercício físico. Já aqui vos tinha contado que tenho uma amiga que é PT (personal trainer), lembram-se? Pois bem, esta rapariga é uma pequena nazi, sem sentimentos ou empatia pela dor alheia. Ela bem tenta disfarçar a coisa com sorrisos simpáticos e palmadinhas nas costas "vá valente!", mas vocês não se deixem enganar. Há uns anos fui aluna dela e sei bem do que falo. "Sobe step, desce step, salta, voltinha, agachamentos, aguenta, aguenta - costas direitas! - aguenta, aguenta, aguenta, sobe step, voltinha, salta, abdominais - atenção à lombar! - aguenta, aguenta, aguenta, aguenta, aguenta, mais agachamentos, volta a subir o step, a descer, a subir, a descer, a subir, a descer - mais rápido! - aguenta agachada, aguenta, aguenta, aguenta, não chora, aguenta." Numa versão bastante low profile, era mais ou menos este o ritmo e o nível de sofrimento. Até hoje acredito que estas aulas foram umas das razões que me levaram a emigrar...mas nem assim me safei. Se não mexo o rabo é porque levo uma vida demasiado sedentária, que isso não me faz bem, que não descarrego o stress, que não faço cardio e ainda por cima fumo, blá blá blá. A rapariga não descansa enquanto não me ouve dizer um "ai". E quando o ouve, não satisfeita e conduzida pelo seu espírito demoníaco, insiste que eu tenho que fazer "mais repetições, mais máquinas, com maior intensidade, com maior frequência, com mais esforço, sofrer é para meninos" e sei lá mais o quê! Vamos lá ter calma, eu só quero sair deste modo gelatina e ficar mais rijinha. Não penso concorrer a nenhuma prova de fisiculturismo feminino! Para verem como não exagero, convidei a nossa outra amiga (fazia as mesmas aulas comigo) a deixar aqui o seu testemunho. Foram meses de sofrimento em conjunto, força aí miúda, desabafa, é o teu momento:

 

Houve um dia, numa dessas aulas que eu consegui afasta-la de mim. O momento mais feliz da minha vida... Estava eu em pleno sofrimento profundo, com uma bola de pilates entre os braços que tinha de passar pelas pernas abertas em V, apenas e só com a força desta parede abdominal única (#onepack). Já praí na 2381293 repetição, lá vem ela toda lampeira e sorridente a saltitar por entre nenúfar tal ninfa do Tejo (mas só mesmo para quem não vê bem de um olho, que é como quem diz, a passar por entre colchão impregnado de suor alheio de pobres sofredores que já nem a viam bem), com a mãozinha puxar-me a bola mais para cima de maneira a obrigar-me a levitar mais alto... Toda eu me transformei num pequeno demónio de mau feitio e ignorando a minha génese, lancei-lhe o olhar mais profundo e sincero do mundo. Estava capaz de enrolá-la num tapete de ginásio, atá-la com uma corda de saltar a um espaldar e jogar ao mata com uma bola medicinal da mais pesada que eu conseguisse erguer. Ela lá do alto a mirar-me com uma profunda satisfação, temeu pela sua vida e seguiu sem hesitar. #achievement #lifegoals #euassusteiafera

 

E é isto pessoal. A nossa amiga está disposta a pôr-nos duras como o aço e o mais incrível é que se nós deixamos, ela consegue...e isso meus amigos, isso é o que se quer. Nós (vá, ou eu) é que somos pouco dadas a este tipo de desportos radicais. Se vocês têm amigos assim - ou se casualmente sabem de quem estamos a falar - não se acanhem, mandem tudo cá para fora. Desde já aceitem a nossa mais sincera solidariedade. 

  

23
Mai17

És uma mulher ou um rato?

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Ele está no supermercado e liga-me a perguntar se falta alguma coisa em casa. Eu peço-lhe que compre duas coisas e ele pergunta-me "e doces, não queres nada doce?".Eu hesito, baralho-me com tantas coisas que me vêm à cabeça mas digo que não, "não tragas doces". Bolas, uma pessoa não anda em vão a penar no ginásio. Afinal de contas, sou uma mulher ou um rato? Ele chega a casa, olá tudo bem, beijinho. Começa a guardar as compras do supermercado e diz "olha, comprei isto". "Isto" é um Haagen Dazs Dulce de Leche. Eu sou um rato.

22
Mai17

Em Madrid há Madridistas

Segundo o Google Maps, vivo a sensivelmente 2,5km de distância da Plaza Cibeles. Ontem, eram 2h30 da madrugada e conseguíamos ouvir em casa, na perfeição, a música que vinha da Cibeles. E foguetes um pouco por toda a cidade. E carros a apitar. E pessoal com uns copos a mais a cantar pela rua. Sim, a cidade estava em festa. Como podem imaginar o meu catalão estava muito feliz (só que não). Começo a pensar que não é má ideia forrar a casa com caixas de ovos caso o Real Madrid ganhe a Champions. Só naquela da amizade.

19
Mai17

Tempo de antena #2

Mário, 38 anos, natural de Peniche.

A paixão por pescar vem de miúdo e não há peixe que ele não conheça.
Bem disposto, prestável e com péssimo despertar, Mário trocou o mar por Lisboa. Sem perder nenhum avião de vista, aceitou ser o nosso primeiro entrevistado do género masculino. Palmas para ele!

Bem-vindo Mário!

 

Obrigada por teres alinhado e aceite o convite. Para começar, queres acrescentar algo à tua apresentação?

Acrescentar não, só um reparo...não sei onde foste buscar essa do "péssimo despertar".

 

...Consta por aí! És de Peniche. Para muitos é onde há bom peixe e boas ondas. Como é Peniche para ti?

São as minhas raízes, é onde está quase toda a minha família assim como alguns amigos de infância que foram ficando. Hoje em dia vou a Peniche para visitar a família e no verão, costumo ir lá passar uns dias e beber uns copos com o pessoal.

 

Um dos teus hobbies é a pesca. És uma pessoa paciente?

Tem dias...há dias que nem sequer tenho paciência para pensar e que tenho de ser paciente. Depois há outros dias que sou o mais calmo e paciente do mundo, mas regra geral sim, sei esperar pela altura e oportunidade certa.

 

Há uns aninhos, de mochila e jornal na mão, entraste num autocarro e foste para Lisboa à procura da tua sorte. O que te levou a essa decisão?

Vários factores. Numa cidade pequena não há muitas oportunidades. Ou tens a sorte de encontrar algo que te proporcione qualidade de vida ou tens de ir à procura noutro local. Eu tive de ir à procura até porque também tinha uma enorme vontade de conhecer pessoas novas e viver coisas diferentes das que tinha vivido até então.

 

E o que é que mais te custou na adaptação a Lisboa?

Sem dúvida foi estar longe da minha família. No início ia todos os fins-de-semana mas depois à medida que fui assentando, passei a ir mais esporadicamente. Apesar de ter sentido que aqui o ritmo de vida era mais exigente e mais acelerado, em termos gerais a adaptação não foi muito difícil. Afinal de contas continuava a estar no meu país.

 

Durante alguns anos viveste num quarto partilhado e trabalhavas à noite para poderes estudar de dia. És um lutador!

Não...tenho é uma enorme força de vontade! Houve alturas em que não foi fácil. Quase não via o sol, entrava nas aulas às 18h30 e saía de lá directo para fazer o turno da noite. Dormia de dia, vivia ao contrário do pessoal e do ciclo natural.

 

Mas valeu a pena! Licenciaste-te em Gestão de Operações de Voo e as coisas têm-te corrido bem. Explica-nos um bocadinho o que é isso de criar rotas para aviões?

Isso é apenas uma parte do nosso trabalho e das menos complicadas. A nível de rotas já temos sistemas informáticos que praticamente fazem-nas por nós. Só temos de ter atenção se realmente é a rota mais curta, caso contrário temos de trabalha-las manualmente. Mais desafiante é quando temos de planear voos para aeroportos restritos, por exemplo no meio dos Alpes, com uma pista curta e coberta de neve. Aí o planeamento tem de ser calculado ao quilo. |risos|

 

Pareces gostar daquilo que fazes. Sentes-te realizado ou tens outros planos para o futuro?

Sim, sinto-me realizado mas não deixo de ter outros planos... Quero trabalhar em algo mais abrangente. Mais em modo operações nos quais sou eu que trato de tudo em relação ao voo, handling, catering, autorizações de voo etc.

 

Um objectivo para 2017?

Mudar de emprego! |risos|

 

Envias-me uma foto de algo que faça parte do teu dia-a-dia?

 

WhatsApp Image 2017-05-18 at 21.15.46.jpeg

 Legenda: Objecto de ajuda ao levantamento matinal

 

 

Deixemo-nos de teorias e passemos ao mais importante. Em 3, 2, 1, go!

 

1- Clube de futebol: Que pergunta...Benficaaaaaaaa!!!

2- Costumas levar os champôs de hotéis para casa? Eu não! Eles é que às vezes se agarram às mãos...malandros!

3- Uma certeza: Prefiro cerveja a vinho.

4- Doces ou salgados? Doces.

5- Se neste momento eu fosse à tua casa, ela estaria arrumada? Humm mais ou menos!

6- Já ficaste sem combustível no carro? Duas vezes.

7- Diz a verdade, quantos litros de água bebes ao dia? Digamos que o médico do trabalho diz que eu tenho de beber muito mais.

8- Muito frio ou muito calor? Muito calor.

9- Um medo: Aranhas...

10- Se pudesses saber algo sobre o futuro, qual seria a tua pergunta? Benfica Pentacampeão...?

 

Obrigada MárioO lado prático do género masculino fica sempre bem num blog que é lido maioritariamente por mulheres! Já agora, se puderes dar um jeitinho no catering da aviação, tens-nos a todos eternamente agradecidos.

 

 

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